‘Do Algodão ao Poliéster’ revisto

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Para fazer quem está lendo essa postagem, entrar no contexto, explico que a situação pode ser chamada de: revisita.

Eu escrevi “Do Algodão ao Poliéster” em 2007, originalmente um estudo para ser mostrado a alguns professores na Ufrj, contudo não era um trabalho valendo nota, sendo um tema que observava há muitos anos.

E recentemente eu o encontrei escondido no meu Skydrive e passei para amigos, como o Renato Faria, analisarem.

Então, combinei com ele sobre um post para o De Toda Forma sobre essa peça já “antiga” dos meus quadros.

O por quê de fazer o “Do Algodão ao Poliéster” foi que em julho de 2007, mais ou menos por aí, o Atlanta Hawks, equipe de basquete da NBA, mudou toda a sua identidade visual, desde o logo aos uniformes, passando pela paleta de cores.

E o cuidado, a maneira que eles divulgaram a novidade me chamaram a atenção.

Fazia um tempo que gostaria de escrever sobre logos e uniformes das ligas esportivas americanas, como disse antes, um tema que observava, e os Hawks foram a chama que me instigou.

Logo primário Atlanta Hawks (1995 – 2007)

Logo primário Atlanta Hawks (1995 - 2007)


Logo primário Atlanta Hawks (2007-presente)

Logo primário Atlanta Hawks (2007-presente)


Fora que a nova identidade dos Hawks foi um evento, teve todo cuidado no design, de atualizar o logo antigo, retirar elementos pesados, incluir novos, como a tipografia e outros tons de cor.

O vermelho ficou mais suave, em harmonia com o azul e cinza.

Fora o slogan “Novo logo, nova atitude”, pois a equipe vinha mal até então e não está comprovado se isso serviu de fator psicológico para jogadores, comissão técnica, os donos, mas a equipe de Atlanta deu uma reviravolta e se tornou um dos melhores times da NBA.

Dá pra citar outros casos assim, um uniforme novo, com formas e cores diferentes ajudam um pouco, não vai fazer virar um Lakers da época do Showtime, porém é um novo ar, um novo alento. Bom tema pra se discutir.

Uniforme Hawks visitante (1995-1999)

Do Algodão ao Poliéster - Uniforme Hawks visitante (1995-1999)


Uniforme atual Hawks mandante (2007-presente)

Do Algodão ao Poliéster - Uniforme atual Hawks mandante (2007-presente)


Uniforme atual Hawks visitante (2007-presente)

Uniforme atual Hawks visitante (2007-presente)


Tema principal definido, trabalho pronto, ok?

Não, eu achei que precisava de algo a mais, a primeira parte foi buscar e falar sobre o histórico de logos e alguns uniformes do Atlanta Hawks.

Depois, um levantamento geral de marcas nas principais ligas, o comparativo de logos antigos e atuais.

E olha que curioso, fui observando mais atentamente e um fato importante é de alguns times mudarem suas identidades, a maioria dos anos 90, para uma estética simples e limpa, às vezes com duas cores apenas.

Bem oposto com a overdose de sombras, texturas e tonalidades que determinaram a identidade dos clubes a partir de 1994, 1995 e durou até o começo do novo milênio.

Formas agressivas, pesadas, ocupando grandes espaços e não sei como isso se transvestia nos uniformes e até quadras!

Não tenho provas em mãos, contudo na época citada, os softwares invadiram os escritórios e seria natural que o experimento de ferramentas novas fosse acontecer, criar texturas e volumes estava mais fácil pro designer desenvolver.

💡 Autor: Andy Santos

Logos Golden State Warriors

Logos Golden State Warriors

Logos Houston Rockets

Logos Houston Rockets

Uniforme Houston Rockets branco (1995 – 2003)

Uniforme Houston Rockets branco (1995 - 2003)

Uniforme Houston Rockets branco (2003 – presente)

Uniforme Houston Rockets branco (2003 - presente)

Olhar depois de quase 7 anos um trabalho realizado nos tempos de faculdade traz muitas lembranças, de como era tudo na época, a forma de pesquisa, a elaboração do texto, a diagramação, os conceitos, a temática.

Quando realizamos tal ação se conclui que faltou por algo, que podia melhorar a margem da diagramação, fazer outro título etc.

Mas o que guardo com carinho é que “Do Algodão ao Poliéster” foi a minha primeira expressão textual pra valer, fora do universo acadêmico.

Não é o tema que todos atentem, ou gostem, no entanto o mais bacana é ter a possibilidade de mergulhar no assunto, por mais diferente que seja e transformá-lo em algo acessível e interessante para o mais neutros dos leitores.

Andy Santos

Designer gráfico, desde sempre fã de imagens, de marcas e palavras. Também admirador da cultura e contracultura, e agora descobrindo a busologia.

Este post tem 8 comentários

  1. Renato da Silva Faria

    Quando Andy me mostrou esse estudo sobre a identidade visual das equipes americanas de basquete, não pensei em outra coisa. "Cara, isso ficaria perfeito no De Toda Forma!". Ele topou! O artigo poderia estar muito bem em seu próprio blog, o "Café com Andy", mas generosamente ele me ofereceu esta inédita e aqui está. Um texto inspirado, de quem tem um olhar apaixonado pelo assunto. Obrigado Mestre!

  2. Andy Rodriguez

    Nossa, mt bom texto, tema e abordagem! Gostei demais! Parabéns ao Andy Santos e ao De toda forma!

  3. Plínio Barros

    Muito interessante o artigo. Parabéns!

  4. Andy Santos

    Mestre, mais um dos frutos da nossa parceria, eu sei que eu perturbo você e um tanto de gente com esse tema hahaha, mas tu ouviu as considerações, os estudos, daí tu tirou suas conclusões, tirou dúvidas, discutimos, fomos melhorando o texto. Bora buscar outros temas e claro, nos aprofundarmos nesse, que é algo riquíssimo e tem diversos registros. Obrigado novamente pelo espaço cedido, e vamo que vamo!

  5. Renato da Silva Faria

    Mais que tudo, aprendi e ampliei o repertório! Hoje o De Toda Forma entrou em Forma… Vamo q vamo! Forte abraço,

  6. Renato da Silva Faria

    Valeu Andy, obrigado pela mensagem e pela presença! Pô, os Andys estão invadindo… Grande abraço,

  7. Rogério Marçal

    Belo texto, comentários e observações, meu amigo.
    Eu também admiro muito a linguagem e expressão que os americanos tem para marcas, em especial as esportivas, no basquete, hockey, baseball, etc. É natural uma evolução e atualização. Tem muitas referências de época, de tendências e até alguns modismos, mas é natural que a essência permaneça, mas também a reflexão e esse olhar para se reinventar. Às vezes as mudanças são necessárias, para reposicionar ou impulsionar os times, jogadores e torcidas e estimular todo esse conceitual e cultura que envolve a competição e dinamismo dos esportes.
    Parabéns pelo texto. Abraço, amigo.
    Rogério Marçal

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